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Eu, que nunca tive a vida mansa, canto na ânsia de amansar a vida...

02/11/2018

PROCURA-SE


Faz tempo pouco, Esperança enlouqueceu
Rasgou seus vestidos, 
Os sapatos, mergulhou na lama.
Sem sucesso ou fama, emudeceu


Esperança envelheceu
cinquenta anos em cinco
E, num dia de domingo, 
desapareceu.

Há quem diga não ter cura
Há quem diga que morreu
Há ainda os que juram
Travestidos de Esperança
˜A Esperança sou eu”

Esperança não tem pátria
Nem tampouco sobrenome
Tantos falam em seu nome
Se dizem seus procuradores

As igrejas, os pastores
Com seus deuses e louvores
Reivindicam a Esperança 
Como filha, irmã da Fé,
A Justiça se diz mãe
Os senhores têm a guarda
Os patrões, o uniforme, 
Os militares, a farda 
Os bancos, seu capital
Esperança ia mal, 
Não via saída

Me contaram,
Já andava adoecida,
Desolada e iludida,
Pouca gente percebeu. 
Pegou carona no medo
Esperança se perdeu

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