Faz tempo pouco, Esperança enlouqueceu
Rasgou seus vestidos,
Os sapatos, mergulhou na lama.
Sem sucesso ou fama, emudeceu
Esperança envelheceu
cinquenta anos em cinco
E, num dia de domingo,
desapareceu.
Há quem diga não ter cura
Há quem diga que morreu
Há ainda os que juram
Travestidos de Esperança
˜A Esperança sou eu”
Esperança não tem pátria
Nem tampouco sobrenome
Tantos falam em seu nome
Se dizem seus procuradores
As igrejas, os pastores
Com seus deuses e louvores
Reivindicam a Esperança
Como filha, irmã da Fé,
A Justiça se diz mãe
Os senhores têm a guarda
Os patrões, o uniforme,
Os militares, a farda
Os bancos, seu capital
Esperança ia mal,
Não via saída
Me contaram,
Já andava adoecida,
Desolada e iludida,
Pouca gente percebeu.
Pegou carona no medo
Esperança se perdeu
Nenhum comentário:
Postar um comentário