Amigo, o medo é amargo.
Brotou na ponta da minha língua. E não me fez bem engolir.
Entre a cura e o remédio.
Entre a gula e a fome.
Tem nome pequeno.
Veneno,
há quem tome mais de uma dose por dia.
Difere da covardia, na grafia e na gravura.
Medo tortura, agonia.
Medo silêncio, soluço.
Não tem pódio.
É azedo.
Seda ainda cedo.
Vaza nas pontas dos dedos.
Faz tremer.
O medo é confuso.
De face difusa,
beijo no terço debaixo da blusa.
Na rua escura, no passo estreito.
Medo que vira ódio,
perfura o peito
e faz plágio da vida tirando dela o prazer.
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